Duas brancas cruzam-se em carnaxide!

por **Cuca** Dom Jan 09 2011, 23:03

Hoje, andava eu por Carnaxide numa das minhas sessões de treino e de habituação à PCX, numa tarde de Domingo que começava a sentir-se fria, mas finalmente seca, sem qualquer sinal de chuva, quando avistei uma PCX.

Inundavam o ar os raios de sol que teimosamente furavam algumas núvens que passavam, e reflectiam no branco pérola da minha “bicha”, produzindo reflexos multicoloridos que pareciam dar vida à máquina que tristemente jazia na garagem há já largas semanas, devido à insistência e presistência dos dias de chuva e vento.

Hoje dei-lhe vida a ela e amim próprio, rodei a chave, fi-la ronronar de novo e soltei-a pelas ruas da minha morada, Carnaxide.

Não tinham passado cinco minutos, já a ela tinha aquecido e ronronava como todo o esplendor do seu coração mecânico, quando, numa longa curva do centro de Carnaxide tive uma visão em sentido contrário, uma scooter hábilmente conduzida, em posição algo inclinada…bela de frente…robusta, belas ópticas…bem enquadradas, de côr branca, que scooter é esta?…claro é uma PCX, pensei de seguida, não a reconheçendo de imediato porque se apresentava com o seu vidro de origem, pormenor que na minha “bicha” tomei logo a liberdade de alterar. Sinal de que continuo enamorado pela “bicha” foi o sentimento de agradabilidade que o avistamento me provocou.

Dai subi à Serra de Carnaxide dirigindo-me a uma espécie de miradouro, local onde se avista o aglomerado, a barra do tejo, o mar, e onde se podia contemplar o frio mas ensolarado pôr do sol que se preparava para entrar em cena antes de mais uma noite de Inverno cair.

Neste momento pude gozar de um dos privilégios que apenas os donos e utilizadores desta fantástica máquina singular podem usufruir, um pormenor que é destinado apenas aos PCXistas que por este mundo vão surgindo…aproximei-me então do local encarando a paisagem de frente com a PCX…fui parando…coloco um pé no chão….coloco o segundo pé no chão…e quando decorridos cerca de três segundos, quando já o segundo pé embate no chão e a máquina se imobiliza totalmente, a PCX como que por obediência, por sintonia com o seu dono, silencia-se, acalma o seu ronronar num sinal de respeito pela paisagem, pelo momento, o seu coração mecânico silencia-se e adormeçe, qual cavalo mustang branco acabado de domar. Momento de silêncio fantástico…

Só quando eu…seu dono e senhor, decido…com um ligeiro toque do punho direito, dar-lhe vida de novo, é que a “bicha” ganha súbito folego e recupera em pleno o seu ronronar tão característico, que de imediato a põe em movimento, de forma a regressarmos rápidamente antes que a noite fria de inverno nos apanhe…

Cuca